Morreu anteontem Malcom Young, guitarra base da banda de rock AC/DC.
Normalmente guitarrista base vale menos que baixista no quesito popularidade, mas a sorte de Malcom foi ele ter o mesmo sobrenome do irmão solista. O fato é que, ainda assim, o músico é um injustiçado.
Em muitos casos de bandas o grande público conhece apenas o vocalista, no máximo o guitarrista solo, que ganha mais destaque. É possível citar exemplos, como Axl, Slash & Cia, Steven Tyler, Joe Perry & Cia, e por aí vai. E no AC\DC não foi diferente: o vocalista estridente (substituído por um mais estridente), o guitarrista solista punheteiro saltitante & Cia.
Mas quando paramos para pensar o que marca o som mítico do AC/DC, definitivamente não nos vêm à cabeça os gritos dos vocalistas (que têm seu valor) ou os solos (inadequados na minha opinião) de Angus Young. A marca da banda está na base sustentada por Malcom e pela cozinha. Quando se começa a escutar aquela pegada no rádio e é possível reconhecer que se trata de AC/DC antes mesmo que o vocalista comece a cantar ou o guitarrista solo solar, lembremos que nem sempre aquele que ganha os louros é quem faz o trabalho duro para as coisas acontecerem.
